segunda-feira, 28 de maio de 2012

E A TRAGÉDIA NA SALOMÉA PODE SE REPETIR


Por José Calazans

A tragédia que ocorreu próximo à Saloméa, na qual morreram três pessoas, mostra as consequências da falta de fiscalização do poder municipal sobre o transporte público local.

Aos sábados e domingos, quando há maior procura de transporte entre Floresta e Ibicaraí, os micro-ônibus não são suficientes, o que leva às pessoas a se submeterem a kombis velhas e sem controle.

Aumentar o número de micro-ônibus e intensificar a fiscalização sobre as kombis seria o mínimo que as prefeituras de Ibicaraí e Floresta Azul poderiam fazer a partir de agora. Seria bem mais útil para a segurança do transporte do que cosméticas placas de trânsito.

O transporte escolar também precisa de atenção. é muito comum em Ibicaraí encontrar nas kombis escolares várias crianças viajando no banco da frente.

Vale a dica




RUA DO CEMITÉRIO, NO CENTRO DA CIDADE, LOCAL ONDE FICA LOTADA A MAIORIA DAS KOMBIS

quarta-feira, 2 de maio de 2012

UM NOVO GOVERNO


Flávio Campos

Economista pela UESC

Parei para reassistir o filme “INVÍCTUS” estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, um ótimo filme, que vale muito a pena assistir. O filme traz a historia do saudoso estadista Nelson Mandela,  já eleito,  após passar 27 anos preso na Ilha Robben, onde ocupava uma cela com dimensões reduzidas de 2,5 por 2,1 metros e uma pequena janela de 30 cm.
A forma de governar de Mandela foi uma das mais peculiares da historia e essa foi uma das suas marcas. Quando todos imaginavam  que ele iniciaria um governo de vingança e perseguição contra seus algozes, ele, ao contrário, buscou um governo de conciliação, de unificação de um país que se encontrava totalmente desmoralizado enquanto nação - sendo o apartheid, regime legal segregacionista aprovado pelo governo em 1949 a marca registrada desse período
 Um fato interessante narrado no filme citado acima é o primeiro dia de Mandela na presidencia; quando ele entra no palácio administrativo rumo ao seu gabinete e observa a maior parte das pessoas arrumando suas coisas em caixas para esvaziar as salas, acreditando que não fariam parte daquele governo pois agora aqueles que foram durante anos perseguidos encontravam-se no poder. Mandela, por sua vez, pede para sua assistente reunir todos que ainda se encontravam  ali para uma reunião após o que passa a  falar  da liberdade de deixarem o governo, para aqueles que quiserem partir,  e de sua vontade que todos permanecessem,  pois juntos seria possível construir uma nova Africa do Sul.
Tracando um paralelo com os nossos dias, é  difícil acreditarmos em atitudes como esta: ser perseguido por esse ou aquele motivo e ainda assim, ao se chegar ao poder, promover um governo do povo para o povo, buscando reconciliar oprimidos e opressores.
Anseio em ver de nossos governantes atitudes como a de Mandela, que vão alem dos grupos políticos, que vão alem do individualismo, onde a prioridade seje a coletividade social e não dos pequenos grupos que se revesam no poder.
 Mandela, em seu discurso de posse, expressa sua preocupação não só em chegar ao poder, mas como agir uma vez estando lá. Essa prerrogativa se ausenta da mente de muitos líderes de hoje.
É perceptível em muitos políticos o desejo de querer “tomar conta” da coisa pública apenas porque vislumbram ali um rio transbordando de oportunidades pessoais – e nunca como um meio de promover verdadeiras mudancas sociais. Acredito que a mudança começa agora. A hora de dar o “primeiro” passo chegou, e esse passo é dado por uma sociedade consciente, ciosa de suas responsabilidades e que, por isso, faz o verdadeiro governo “do povo para o povo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O USO DA INTERNET EM IBICARAÍ

Por José Calazans

Acabou de sair mais uma rodada de resultados do Censo 2010. E para Ibicaraí uma boa surpresa: 12% dos domicílios têm computador com internet.
Apesar de isso ser bem menos que a média de 31% do Brasil, o número é bom porque apenas metade dos municípios brasileiros apresentou mais de 12% de casas com internet.
Para se ter uma ideia, das 415 cidades baianas apenas 57 têm mais internet que Ibicaraí.
Para comparar, o IBGE também divulgou a posse no município de motocicletas (9%), automóveis (13%), máquina de lavar roupa (12%), geladeira (79%), televisão (91%) e rádio (71%).
Em resumo, pelo Censo, em 2010 Ibicaraí tinha 1.167 casas com computadores, das quais 911 tinham internet. Ao mesmo tempo, Ibicaraí tinha 903 casas com máquina de lavar, 708 com motos e 951 com automóveis. Ou seja, podemos dizer que hoje Ibicaraí tem mais internet do que máquinas, mais do que motos e mais do que carros.
Para você que achava que Ibicaraí tem motocicletas demais, com 9% o município tem um dos menores índices de posse de motos da Bahia, cuja média é de 18%. Aliás, a região toda tem baixo índice de motos.
Voltando a falar de internet, mais surpeendente é a presença de computador conectado em Itabuna, a terceira cidade da Bahia mais conectada.
Quando se relaciona a renda mediana do município com a penetração de internet no Brasil inteiro, as cidades com mais renda aparecem com mais internet, claro.Mas Itabuna é o município brasileiro que mais fura essa relação, com ótima penetração de internet apesar da modesta renda.
Em Itabuna, 33% das casas têm internet, enquanto a média da Bahia é de apenas 18%. A média de Itabuna já é superior à do Brasil. Em um artigo no jornal Meio e Mensagem nesta semana, eu tinha apontado que a escolaridade explica melhor o interesse pela internet do que a renda. De fato isso ocorre no resto do Brasil, pelo que tenho encontrado nos números. Mas nem isso ajuda a entender a força da internet entre os grapiúnas. Nem entre os ibicaraienses.
Numa entrevista para a Reuters no mês passado, eu disse que os brasileiros haviam ido em massa para as lan houses para navegar no Orkut e que agora, com mais renda, eles estavam preferindo trazer a internet para dentro de casa.
Quero crer que essa socialização entre as pessoas é tão forte na região que ajuda a explicar esses números. Ou não? Será que haveria uma outra razão?