segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

LENILDO SANTANA, NÃO DOE DINHEIRO PARA A SELEÇÃO DE IBICARAÍ – DOE PARA A ESCOLINHA DE BETINHO


Sérgio Gama

A prefeitura de Ibicaraí doou, agora em dezembro, cerca de vinte e cinco mil reais para a Liga ibicaraiense de futebol. Acrescente a esse valor mais uns dez mil de restos a pagar e teremos aí a absurda quantia de quase quarenta mil reais de dinheiro público descendo inutilmente pelo ralo.

Dinheiro público é para ser utilizado de uma maneira que reflita no conjunto da população. Nesses termos, a prefeitura deveria aplicar melhor esses recursos que repassa à Liga de Futebol. Poderiam ter utilizado esse valor, por exemplo, para fazer uma bela reforma no desconfortável estádio da cidade, ou na reforma de algumas de nossas feias e mal iluminadas praças – até um acordo com o Governo do Estado poderia ser feito e se utilizar essa grana para reformar o abandonado ginásio municipal.

Eu não tenho nada contra em um governante aplicar dinheiro público em esportes. Tal ação deve ser considerada, sim, como obrigação do Gestor. Porém...

Porém, apoiar a seleção ibicaraiense de futebol não reflete em nenhum benefício para o conjunto da população. Do montante descrito acima, por exemplo, vinte e cinco mil foram usados para pagar aos jogadores, que, nessa relação maluca, viraram prestadores de serviço público temporário. O restante foi usado para pagar chuteiras, equipamentos e outras despesas da Liga – uma entidade particular - e uma entidade particular que não desenvolve nenhuma ação filantrópica/social na cidade. Não mantém, sequer, uma escolinha de futebol voltada para os jovens ibicaraienses.

Então, o que a população ibicaraiense recebe da Liga em troca do apoio financeiro que a prefeitura lhe presta? Eu respondo: eventualmente, quase sempre, alguns dias de frenesi durante o campeonato intermunicipal.

Se a prefeitura de Ibicaraí quer mesmo mostrar para a população que apóia o esporte local deveria procurar o ex- jogador Betinho, morador da cidade, que vem desenvolvendo, sozinho, um trabalho fantástico junto aos nossos garotos.

Betinho mantém, a duras penas, uma escolinha de futebol e muitos garotos participam dela – alguns até já se profissionalizaram e atuam em alguns clubes Brasil afora. Outros, embora não tenham conseguido tal façanha, tenho certeza de que, dentro da disciplina esportiva, se tornarão um cidadão melhor.

Ou isso, ou continua a investir o dinheiro do cidadão na Liga...

Como benefício, você, apaixonado torcedor ibicaraiense, terá direito, em alguns dias por ano, a gritar bem alto o nome da cidade e a ver o nome da Prefeitura Municipal de Ibicaraí estampado na camisa de “sua” seleção.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O NATAL PELO AVESSO


Elys Ferreira

O Natal é uma festa cristã milenar, que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré e acontece no dia 25 de dezembro.

O Natal brasileiro parece uma mera imitação ou plágio do Natal europeu. Pois nós, em pleno verão de quase 40 graus, enfeitamos nossas casas com árvores fictícias com detalhes em branco na ponta ou até mesmo galhos secos envoltos com algodão, representando a neve que não temos.

O nosso Papai Noel, sofre um calor infernal, pois tem que usar aquela roupa como se tivesse no Polo Norte, colocar barba e bigode postiços e carregar aquele saco vermelho cheio de “nada”, para representar o papel do Bom Velhinho.

Passamos parte de nossa vida enganando nossos filhos, comprando presentes e deixando na árvore na noite de Natal e dizendo que foi Papai Noel quem trouxe... Ou seja, nos esforçamos para agradar os filhos e Papai Noel é quem leva a fama. Sem falar naquela música extremamente irritante, “jingle bel, jingle bel”...
Eu me desiludi com o Velho Noel aos 10 anos, cansada de deixar cartinhas no sapato na noite de Natal e ele nunca deixou a “minha caloi”... Como é que Papai Noel, não se esquece de ninguém?...

De mim ele esqueceu.

As crianças ficam encantadas com a presença do Bom Velhinho, carregando aquele saco vermelho, por vezes cheio de caixas vazias, só para compor a cena. E as mesmas ficam lá esperando o presente que não vem e tem que se contentar em tirar uma foto com Papai Noel.

As pessoas dizem que o Natal é tempo de amar, de solidariedade, renovar as esperanças, compartilhar, enfim, ser bonzinho e para refletir, usam aquela música : “Então é Natal, e o que você fez?”... Porém, muitas dessas pessoas são medíocres a ponto de se preocuparem com o próximo apenas nessa época do ano, pois muitas vezes, tem alguém bem próximo precisando de ajuda durante o ano inteiro, e essa ajuda só chega em dezembro porque chegou o Natal.

A noite de Natal é aquela magia! Muitas famílias se confraternizam com presentes, mesa farta, alegria etc . Enquanto outras não tem o que comer, não tem o que comemorar, com quem confraternizar. Apenas vêem o Natal passar...

“... E o ano termina e nasce outra vez”. E com o novo ano tudo de novo, vamos passar o ano inteiro, e esperar o Natal para sermos mais sensíveis, mais solidários, mais humanos.

FELIZ NATAL!!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ROCK AND ROLL, HEAVY METAL, HARD ROCK – EM IBICARAÍ, MORRERAM TODOS


 Sérgio Gama

Os estilos musicais delineados acima eram os mais ouvidos pelos jovens da velha Ibicaraí da década de oitenta. Até mesmo nas festas de Micaretas da cidade era comum ouvirmos um pouco de rock and roll em cima dos trios (Luis Caldas, sempre que vem aqui, ainda faz isso).

No lastro desses estilos, surgiram na cidade uma meia dúzia de bandas que mantinham o rock vivo para além de dentro das casas - CDM (Corrói, Destrói, Mata), Cárcere Privado, Teatro de Guerra, são algumas das bandas que teimavam em surgir nessa época.

Em todas essas bandas estavam presentes, claro, os acentuados solos de guitarras e letras que tentavam ser, quando não cover, um tanto quanto nervosas em suas concepções.

A cidade inteira comprou essa ideia. De tal forma que, na região, Ibicaraí já foi considerada a cidade do Rock, chegando a promover festivais com essa temática. Quem não se lembra dos famigerados Rock Burguer – tidos como os responsáveis (e é verdade) pela destruição do nosso Ginásio de Esportes – infelizmente gente mal educada existe em todos os seguimentos.


No inicio da década de noventa, o estilo Sertanejo foi reavivado e o Rock in Roll ibicaraiense entrou em declínio, perdendo espaço para essa vertente musical. Até mesmo o Estylo 7, uma banda de grande sucesso na cidade, que tocava um “axé  progressista” (perdoem o termo), com longos solos de guitarras (quem aí se lembra de Neto, excelente guitarrista da banda?), sucumbiu diante dos sertanejos e a cidade viu surgir seu maior sucesso dentro desse estilo; a dupla Raimundo e Ribeiro (faziam tantos shows que inventaram até um slogan para eles: “não tem paradeiro, é Raimundo e Ribeiro”).

Do meu ponto de vista o rock é uma vertente musical que exige mais de seus praticantes. Seja nos arranjos musicais, seja nas letras, ele pede um pouco mais de atenção e cuidado por parte de quem o elabora e talvez por isso, entre as novas bandas que surgem na cidade, tenha perdido total espaço e preferência para um novo estilo; o Arrocha - que quase sempre valoriza o (onipresente e onisciente) teclado e arranjos simplórios de guitarras, coadunados em letras de cunho sexualmente apelativo, porém, muito dançante (e quem consegue ficar parado quando começam a tocar um Arrocha?).

 Dessa forma, você ibicaraiense que tem vocação e pretensões artísticas, siga a onda do momento e monte sua banda de Arrocha. Esqueçamos o rock and roll – que ele descanse em paz.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

TÁBUA DE GRAXA, GUILHOTINA OU RURAL?


Elys Ferreira

Todo ano de eleição é sempre igual. Depois da vitória; comemorações  e repouso. Porém, passada a euforia, é comum ouvirmos as seguintes expressões: “cabeças vão rolar, a rural vai passar, ou, já estão passando graxa na tábua”. Esses termos são usados em alusão ao momento esperado das demissões dos funcionários por hora contratados. Os gestores chamam essa prática de “enxugar a folha de pagamento”, “contenção de despesas”, ou “reorganização do quadro de funcionários”. O que eu chamaria de “voto descartado”. 


O fato é que, bem antes do esperado, a exato um mês após a eleição, as demissões são o “bicho papão” do momento, pois já estão acontecendo, para a tristeza e desespero de muitos que não tem estabilidade.
Segundo “Zé Povinho”, a previsão gira em torno de 250 demissões  (informação extra- oficial).


As vítimas são funcionários que se doaram na campanha, outros que nem tanto, alguns que se mantiveram neutros, outros que apoiaram a oposição, e outros que fizeram “jogo duplo” (esperando obter vantagem nos dois lados).


Mas não só os contratados são atingidos com essa reorganização, pois alguns concursados e efetivos, que se encontravam em desvio de função, tiveram que retornar ao seu lugar de origem do concurso. 
O que é lamentável é que  essas retaliações desestruturam todo o andamento do serviço, pois sabemos da competência, capacidade e desempenho de alguns profissionais que foram demitidos, causando uma tremenda deficiência no setor em que o demitido atuava.


Mas como ninguém é insubstituível, o que nos resta é torcer para que os profissionais que, por ventura vierem futuramente apreencher essas vagas, sejam tão profissionais ou melhores do que os que saíram, para o bem da comunidade.


Portanto, se sua cabeça rolou, a rural passou ou você escorregou na tábua de graxa, eu tenho a dizer: não fique triste. Não encare esse momento como o fim , mas como o começo de uma nova busca, uma esperança que o melhor está por vir, vá em frente, erga a cabeça, dê a volta por cima e lute por uma estabilidade para que daqui há 4 anos, não esteja na mesma situação. Em resumo, enquanto o mundo for mundo, a política for política, e a prefeitura for um “cabide de empregos”, esse tipo de coisa vai acontecer, é normal, nem sempre é aceitável , mas é compreensível. 


Sempre foi assim, e assim sempre será.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DOIS MONUMENTOS IBICARAIENSES DEIXARAM DE EXISTIR


Sérgio Gama

A Casa de Saúde de Ibicaraí, conhecida como SAMPI, e o Hotel Tropical não existem mais. Os locais onde eles funcionavam estão desativados e um deles já esboça francos sinais de decadência e abandono.

Nos últimos períodos de suas agonias a SAMPI e o Hotel Tropical vinham funcionando precariamente: o primeiro; desprovido de recursos, já que não tinha condições de honrar seus compromissos, pois não conseguia, sequer, firmar parcerias com o município; e o segundo: quase sempre vazio e por vezes exercendo a função de motel barato.

Não se sabe como nem quando começou a decadência dessas duas empresas – ícones eternos da nossa cidade – mas, seja lá o que tenha provocado esse declínio, agiu rápido e sorrateiro, decretando o fim desses dois monumentos da velha Ibicaraí.

Você aí deve estar achando estranho enquadrar a SAMPI e o Hotel Tropical na categoria de monumentos...

À esse respeito, dentre as várias definições possíveis, alguns dicionários descrevem “monumento” como sendo “edifício pertencente a uma coletividade ou a um particular, com grande valor histórico”. Dessa forma, apesar da decadência em que a SAMPI e o Hotel Tropical se encontram hoje, para nós ibicaraienses é isso que eles representam: uma parte de nossa boa e saudosa história.

 Que descansem em paz

Abaixo, imagens atuais dos dois locais






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

07 DICAS PARA VOCÊ QUE NÃO SE ELEGEU VEREADOR



01. COMEÇE AINDA ESTE ANO A DESENVOLVER ALGUMA ATIVIDADE SOCIAL RELEVANTE, EXEMPLO:

- Levar pessoas ao médico em Itabuna
- Pagar esporadicamente uma conta de água ou luz

02. NÃO DESAPAREÇA DE SEU BAIRRO - E CUMPRIMENTE A TODOS

Por incrivel que pareça, alguns candidatos perderam votos nesse detalhe.

03. TENHA SEMPRE UNS TROCADOS NO BOLSO

Sabendo que você será um futuro candidato, sempre encontrarás alguém para lhe pedir uma dose de pinga - existem aqueles que pedem um real - para comprar “um remédio”...

04. PREPARE-SE PARA IR EM VELÓRIOS COM UMA CARA BASTANTE COMPUNGIDA

Nesse caso, o problema é que muitos pré candidatos como você também farão isso. Dessa forma, assegure-se de que todos o vejam no velório.

05. DE VEZ EM QUANDO, TIRE UMA FOTO COM LENILDO E DIVULGUE POR AÍ.

Isso passará a impressão que você “tem média” com os grandes e que pode assim resolver qualquer problema.

06. PAGUE A ALGUM BLOGUEIRO PARA FAZER PROPAGANDA DE SUAS REALIZAÇÕES

Se não realizou nada, não tem problema. Utilize o item 05, ou poste  uma foto em que estejas  com um grupo de amigos e acrescente a seguinte legenda: “fulano de tal” em visita  ao Bairro X – isso criará uma imagem dinâmica de você.

07. NO DIA DA ELEIÇÃO, TENHA DISPONÍVEL UNS TRINTA MIL REAIS (FOI A MÉDIA DESTE ANO)

Quanto ao uso desse dinheiro, não posso dizer em que você vai gastá-lo. Porém, se você é de fato um candidato competente, que tem amor por essa cidade e sabe analisar nosso bestial processo eleitoral, bem sabiamente saberás a que se destina essa grana...

Bem-vindo à Câmara.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SERÁ QUE O BAIRRO DAS CASAS POPULARES DE IBICARAÍ VAI VIRAR UMA...

Sérgio Gama

As casas populares, localizadas no fundo da Fábrica de Chocolate, foram entregues há poucas semanas atrás. “Vila Felicidade” é o provável nome que será dado ao mais novo Bairro da cidade.

Muitos dos contemplados com um dos imóveis já estão morando em suas novas residências, que fazem parte do programa habitacional do Governo Federal.

As casas são padronizadas: um quarto, uma sala, um banheiro e uma cozinha, todos minúsculos. Não obstante, para os beneficiados, essas casas representam o fim do aluguel e da incerteza de onde se morar.

Apesar de terem recebidos muitas orientações a respeito da utilização de suas casas, os novos inquilinos ainda fazem diversas especulações a esse respeito: é permitido fazer mudanças na infraestrutura do imóvel? “bater uma laje”? “construir um muro”?

Na dúvida, alguns moradores já começaram a improvisar e nesse improviso já principiaram a deixar “Vila Felicidade” com um aspecto feio e pobre. Arames farpados em toscas cercas de madeira já despontam pelo Bairro. Pequenas paredes levantadas às pressas também – além de quintais com um monte de entulho desnecessário. Se juntarmos à isso a inexistência de ruas calçadas e animais mal cuidados que já transitam por lá, “Vila Felicidade”  logo, logo, não passará de um Bairro desagradável e triste, mergulhado em um aspecto de pobreza sem fim.

Ibicaraí é uma cidade onde a organização do espaço urbano passou longe. Porém, se não se pode fazer nada para melhorar a nossa sofrível e velha paisagem urbana, seria interessante que os órgãos competentes se comprometessem ao menos com a estética do que está surgindo agora; a “Vila Felicidade”, e que não deixassem tal tarefa para os seus moradores - sob o risco de estarmos vendo nascer em nossa necessitada cidade nada além de uma...  

Sim, isso aí mesmo que você pensou...

Abaixo, fotos das casas populares no ato da entrega em
 Setembro/2012, e hoje, já com pessoas morando nelas    

Crédito da foto: Blog, www.Ibicaraipolitica.blogspot.com




 



 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A NEGATIVIDADE NESSA ELEIÇÃO IBICARAIENSE


Sérgio Gama

Nesta eleição alguns ibicaraienses partiram para xingamentos gratuitos contra a honra dos dois candidatos. Muitos disseram coisas inimagináveis (e por vezes mentirosas, diga-se de passagem) a respeito de Monalisa e Lenildo – eleitores de ambos os lados, que se posicionaram de uma maneira extremamente desrespeitosa - como se a democracia desse margem a isso.

Em uma eleição tumultuada, onde as palavras de ordem foram palavras não usuais; “deferido/indeferido, ficha suja/limpa, apto/não apto, o cidadão se insurgiu acintosamente, acusando os candidatos loucamente, desejando iniquidades em níveis psicóticos; em tal monta que esta talvez tenha sido a eleição com a aura mais negativa de todos os tempos.

Não houve brigas pelas ruas, não houve mortes. Porém, as palavras nervosas e o ódio ao contraditório estavam lá.


Lenildo ganhou, Monalisa perdeu. À parte isso, essas eleições deixaram a cidade um pouco mais triste...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

SITUAÇÕES HIPOTÉTICAS QUE O IBICARAIENSE VEM FAZENDO A RESPEITO DAS CANDIDATURA DE LENILDO E MONALISA


Sérgio Gama

Situação 1: Monalisa e Lenildo terão suas candidaturas indeferidas. Allain e Lula Brandão entram em seus lugares.

Situação 2: Apenas Monalisa será indeferida, assumindo Lula Brandão, que perderá feio para Lenildo.

Situação 3: Apenas Lenildo será indeferido, assumindo Allain, que perderá feio para Monalisa.

Situação 4: Allain e Lula Brandão, alçados à condição de protagonistas principais, se enfrentam, esfriando os ânimos dos Azuis e dos Vermelhos, que desejavam ver seus atores principais disputando o páreo. A paixão de ambos os grupos acaba e ocorrerá a eleição mais desanimada da história da cidade.

Situação 5: Monalisa e Lenildo serão deferidos – nesse caso teremos uma das eleições mais disputada de todos os tempos.

É isso. Só mais uns dias e você, apaixonado eleitor, saberá qual das hipoteses prevaleçerá.



terça-feira, 25 de setembro de 2012

SEU TÍTULO DE ELEITOR É A UNICA ARMA QUE O VEREADOR TEM PARA FISCALIZAR SE VOCÊ VOTOU NELE


Sérgio Gama

A vida não está sendo fácil para os candidatos a vereador...

Para todos os lados que os coitados  se virem lá estão os famigerados eleitores sugando seus parcos recursos.

Os pedidos aos pobres pleiteantes são infindáveis:

Viagem? O candidato arruma o carro ou paga a passagem.

Festa de camisa?  O candidato se compromete a pagar pelo menos uma.

Festa na escola? o candidato doa alguns refigerantes ou uma pequena banda.

O candidato está em um bar? Uma romaria se forma para beber às suas custas.

A água e a luz estão cortadas? Entrega ao candidato que ele se vira para pagar.

O calvário descrito acima dura cerca de tres meses. Durante todo esse tempo os infelizes que disputam à vereança se desgastam ao extremo para atender aos mais descabidos pedidos dos insaciaveis eleitores.

Obviamente todo esse derramamento de dinheiro traz como retorno o voto. Por isso, para fiscalizar  o investimento - ou mesmo se não será traido por algum votante golpista - os candidatos aprimoraram o método de fiscalizar seus supostos eleitores/pedintes.

O metodo consiste em anotar o numero do título eleitoral e a seção em que o sufragista irá votar. Dessa forma, mesmo não podendo punir algum evenetual traidor, ao menos o candidato saberá quem lhe foi fiel e se valeu a pena investir ou não nesse ou naquele eleitor.

Por isso não se esqueça; tenha cuidado se pretende ser desonesto com aquele que tanto o ama e que muito se desgasta ( há pelo menos três meses) por você.

domingo, 16 de setembro de 2012

PEQUENO RESUMO DAS CAMPANHAS DE LENILDO E MONALISA - NESSA ÚLTIMA SEMANA

Sérgio Gama

Dois acertos da campanha de Monalisa puderam ser constatados nesse primeiro grande comício de sua coligação, realizado semana passada – em uma Praça Henrique Sampaio lotada, diga-se de passagem: primeiro, a inserção do vereador Duartes na campanha (um dos poucos vereadores que, devido suas atividades na Câmara, é merecedor dos aplausos do ibicaraiense). Declaradamente opositor a Lenildo, Duartes, em seu discurso, subiu o tom dos Azuis para as denúncias do submundo da prefeitura.
O outro acerto foi colocarem o grande Joe Valença como mestre de cerimônia da campanha (ouvi diversos elogios à performance dele). Figura ímpar e cativante, Joe agitou a Praça Henrique Sampaio com seu vozeirão e suas tiradas engraçadas.
Se a campanha de Monalisa andava apagada nesses últimos dias, ela, ao que parece, voltou com força total.
Lenildo Santana, por sua vez, é o candidato das multidões. Sua ultima passeata arregimentou uma massa gigantesca de camisas vermelhas que deram um bonito espetáculo nas ruas da cidade, provando que ele segue firme e (se depender da quantidade de pessoas que o acompanham em suas caminhadas) cada vez mais forte na disputa.
De resto é bom que a eleição em Ibicaraí esteja seguindo assim, pois nos últimos dias ela andava chata e apagada. Agora, nessa ultima semana, parece que os dois candidatos pegaram ritmo e finalmente teremos uma verdadeira disputa eleitoral na cidade.
 

   Abaixo, comício de Monalisa na Praça Henrique Sampaio na última quinta-feira
   Crédito da foto 1: autor desconhecido. Foto 2: passeata de Lenildo Santana. 
   crédito da foto:  Puba\blog Ibicaraí Política




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

AFINAL, O QUE QUEREM OS IBICARAIENSES?


Elys Ferreira

Há muito tempo, nós , brasileiros, almejavamos uma lei que limpasse (ou pelo menos diminuisse) a corrupção no Brasil e que impossibilitasse políticos corruptos de concorrerem e exercerem cargos públicos.

Tanto pedimos, imploramos, lutamos , que hoje a lei existe – se chama
"Lei da Ficha Limpa" – e foi criada para atender aos nossos apelos.

No entanto, é engraçado como as pessoas reagem às determinações da Justiça quanto a aplicação dessa lei, pois torcem para que a mesma não seja aplicada em determinadas situações.

É um tal de "deferido, indeferido", "apto, inapto"...

Enquanto isso, candidatos e eleitores se desdobram em carreatas e queima de fogos (as vezes até ridículas), comemorando decisões da justiça que quase sempre coloca a todos em um mesmo barco.
 
Mas, até quando vamos ter que esperar que a Lei seja aplicada de fato?

Até quando vamos esperar quem é "deferido ou indeferido", "apto ou inapto"?

Até quando vamos ver carreatas ou queimas de fogos comemorando sabe-se lá o que? Pois ainda não vejo o que comemorar.

O que sei é que ainda vamos ter que esperar muito, pois os únicos candidatos que temos se encontram na mesma situação...

É lamentável, frustrante...

Afinal, o que queremos?

domingo, 29 de julho de 2012

VERMELHOS E AZUIS


Elys Ferreira

Hoje em Ibicaraí as pessoas estão determinando o seu VOTO pelo símples fato de você usar " azul ou vermelho" - é muito chato isso .
Vou continuar usando minhas roupas na cor que eu quiser; gosto de azul , também de vermelho, mas isso não determinará o meu voto . 
Coisas muito mais preocupantes e importantes estão em jogo: o destino da nossa cidade, e por consequência o nosso, nas mãos de quem estará nos próximos 4 anos.
A cor é o que menos importa nesse momento. Vamos votar com consciência, pois temos nas mãos uma arma poderosíssima : o "VOTO" . 
Vamos exercer esse direito de cidadão com responsabilidade.
E se o meu voto será "AZUL OU VERMELHO," só a urna saberá.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

TODO MUNDO VENDE O VOTO, PORÉM, SÓ O SEU É O MAIS BARATO


Sérgio Gama

Em toda eleição o discurso é o mesmo: não venda seu voto, eleitor.
Algumas campanhas até exemplificam, através de cálculo, que vender o
voto por cinquenta reais, por exemplo, é uma mixaria, pois quando você divide esse valor por quatro anos, que é o tempo de duração do mandato do corruptor, da menos de cinco centavos por dia – de fato, é uma mixaria mesmo!

Os que se voltam contra essa prática alegam ainda que o eleitor
praticante desse ato fica moralmente impossibilitado de protestar
contra as ações políticas daquele que comprou seu voto. Voto vendido,
sob essa ótica, é voto sem consciência ideológica, de cidadão alienado
que não quer o bem da sociedade e que, por dinheiro, ajudará qualquer
maroto a chegar ao poder.

Balela pura...

Em primeiro lugar, a democracia, por si só, é o mecanismo que leva
toda sorte de personalidade à chefia da gestão pública – e voto
“consciente” nenhum vai impedir isso.

Em segundo lugar, é preciso que você, eleitor, tenha a consciência de
que perderá o controle sobre o seu candidato no exato momento em que
ele se eleger. A partir daí, quaisquer ações que ele tome não serão
julgadas por você – nem poderá interferir nelas. O máximo que a lei
lhe permitirá é xingá-lo (moderadamente), inventar boatos, desmerecer
os atos dele e por ai vai...

Não é por acaso que nos escândalos de corrupção que vicejam Brasil
afora o político julgado quase sempre se mantém incólume até o final
de seu mandato e se alguma faceta da lei o alcança não foi porque você
a acionou.

Em quarto lugar, a prática de venda de voto é comum entre os
políticos. Partido nenhum se aventura a lançar um candidato sem que
antes tenha feito um acordo com diversos outros partidos - a
famigerada coligação – que é nada mais nada menos do que a reunião
inicial que trata do que cada legenda partidária ganhará caso o
candidato apoiado por eles seja o vencedor do pleito eleitoral – e
creia; ideologia e lisura será o que menos importará nessa reunião.

 A venda do espólio público nessas coligações varia muito. Na esfera
Federal talvez envolva entregar um ou outro ministério a determinado
partido – sempre aquele, claro, que consegue agregar mais votos. Já na
esfera municipal, modestos como são os municípios, a venda/compra não
passa da chefia de uma secretaria, emprego para um parente e coisas do
gênero.

Na esteira dessa prática sobrou você e somente você, humilde e por
vezes necessitado cidadão, que a lei acusará de venal, desonesto e
mandará prender, caso também queira participar da farra e vender o seu
voto - hilariamente apelidado por muitos de “consciência”.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CAMPANHA PELA REDUÇÃO DO SALÁRIO DO VEREADOR IBICARAIENSE – OU POR UMA MENOR BURRICE DO ELEITOR



Em alguns países, Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades de pequeno porte não remuneram seus vereadores. Em muitas delas, sequer existe essa figura política. Por lá, a competência para fiscalizar e propor leis é transferida para os próprios cidadãos, que se reúnem frequentemente em assembléias ordinárias para – junto com o prefeito – discutir e tentar soluções para os problemas da comunidade. Nessas reuniões é bastante comum a convocação de autoridades (polícia, promotoria, membros de ordens religiosas) que se sabatinizam nos diversos problemas que precisam de solução por parte dos gestores públicos – e tudo isso sem se pagar um tostão aos participantes.

O Brasil, país onde todo eleitor é tachado de burro, vai na contra mão disso. Veja o exemplo de Ibicaraí...

Em 2010, de acordo com o relatório do TCM, a Câmara de vereadores local recebeu mais de um milhão de reais para seus gastos anuais. Repito: mais de UM milhão de reais de orçamento. Gastou mais da metade desse montante com folha de pagamento (precisamente: quinhentos e seis mil e sessenta e quatro reais e noventa e sete centavos). Pagou diária aos vereadores no absurdo valor de R$ 33.780,00  (trinta  e  três  mil  setecentos  e  oitenta  reais) – além de seus salários, que chega hoje ao valor de  R$ 3.504,69 (três mil quinhentos e quatro reais e sessenta e nove centavos) por 04 dias de trabalho no mês - em um ano chega se ao  montante anual de R$157.711,05 (cento e cinquenta e sete mil setecentos e onze reais e cinco centavos) – por 48 dias de trabalho – é muito dinheiro inútil correndo solto.

O alto valor que se paga a um vereador ibicaraiense não se justifica – ainda mais se levarmos em conta que em cidades pequenas como a nossa sua única função acaba sendo discutir melifluidades na Câmara; ouvir reclamações da comunidade, transformar alguém em cidadão local ou destilar a verborragia do “vossa excelência” –  aliás, é por demais engraçado ir ao Legislativo e ver os vereadores se tratando nesses termos.

Os reais problemas, aqueles que realmente incomodam e angustiam, são citados sem nenhuma contundência e sequer chegam aos ouvidos do gestor, nem se faz pressão para que ele os solucione.

Por essas e outras é que é inútil pagarmos tanto por tão pouco...

Você, eleitor consciente, que quer enxugar os gastos públicos desnecessários e ajudar a melhorar os representantes do povo no Legislativo, faça o seguinte; só aceite votar naquele candidato a vereador que lhe entregar um documento assinado contendo um Plano de Redução dos Gastos da Câmara e dos Vencimentos dos Vereadores – um salário mínimo mais uma pequena ajuda de custo seria o ideal.

Não se esqueça de observar se nesse plano estará contido o compromisso desse candidato em comparecer periodicamente a sua comunidade para discutir junto com ela seus principais problemas.

Obviamente, tal documento não terá validade jurídica nenhuma. Porém, vai servir a três propósitos: saber se o teu candidato é realmente honesto e compromissado - com o que prega e com a cidade; reduzir os gastos públicos (pense nos benefícios para o município que essa redução salarial representará) e mais importante; deixar você com a alegre sensação pessoal de que realmente está se tornando menos burro politicamente.



quinta-feira, 5 de julho de 2012

CHEGA DE GUERRA NA POLÍTICA DE IBICARAÍ


Por José Nilton Calazans

A política em Ibicaraí cabe direitinho no modo de fazer política no interior do Brasil, mas com algumas variáveis muito particulares. E a maior parte dessas particularidades surgiu na campanha eleitoral de 1992, quando os candidatos mais populares eram Baby Oliveira e Lauro Assunção.

Foi uma campanha muito concorrida, disputada no corpo a corpo. O grupo de Baby era o mais apaixonado, na época com o apoio de Tucano. Os partidários de Lauro, também bastante esforçados, pareciam reagir mais às ações do grupo adversário do que seguir a calma, a elegância e a educação características de seu candidato.

A eleição daquele ano foi tão polêmica e disputada que dividiu a cidade. Houve até guerra de trios elétricos. Esse fogo nos corações e almas de 1992 impôs consequências para a administração de Lauro, que foi o vencedor, e para as eleições seguintes. Os reflexos daquela campanha estão aí até hoje e ajudam a explicar o clima de Fla-Flu que se renova a cada eleição.

A cidade dividida em torno de dois candidatos não era novidade em 1992. Na eleição anterior, por exemplo, Landulfo Alves e Lula Sampaio também agitaram o município. O comício de Landulfo na praça da Igreja e o de Lula na praça Henrique Sampaio foram absolutamente marcantes. Mas havia bem menos guerra, bem menos antagonismo em 1988.

O envolvimento político da população faz bem para o município, porque traz a fiscalização do poder para o dia a dia do cidadão. Mas por aqui o exagero foi traduzido em cegueira, porque se defende com paixão os erros do seu candidato e ataca-se com ardor os acertos do candidato adversário, o que impede a síntese e a compreensão.

A administração de Lauro não foi ruim, muito pelo contrário, estava amparada por configurações políticas favoráveis, como explicou o advogado Valdivan Barros dos Santos. Mas enfrentou dificuldades e pressão, certamente por causa do clima político difícil originado na campanha. Além disso, era uma época em que a economia do país igualmente não ajudava em nada, como o próprio Lauro também explicou.

Mas a maior dificuldade da administração de Lauro, na minha opinião, surgiu bem depois do mandato, quando foi surpreendido com a acusação de que teria agido de maneira irresponsável no uso de recursos para a reforma de 29 escolas. Mas ele conseguiu reverter o processo, mostrar idoneidade e ter suas explicações aceitas judicialmente em 2005, quase dez anos depois do fim do mandato.

O ano de 1996, o último da administração de Lauro, também ficou marcado pela polêmica na apuração da eleição, em que Henrique Oliveira e Astor Mauro eram os principais candidatos. Eu lembro-me claramente de Yonildo Guedes entrar, às 20 horas, com um boletim na Rádio Jornal de Itabuna anunciando que a luz teria se apagado durante a apuração e que uma confusão foi instalada. Em 1996 desdobravam-se os reflexos do acirramento da campanha de 1992.

Astor foi declarado eleito mas Henrique Oliveira, diante do episódio ocorrido na contagem, recorreu. Então o município viveu uma cansativa guerra, tanto nos tribunais quanto nas ruas da cidade. Quantas vezes vi cada um dos dois saindo às ruas e serem seguidos por uma pequena multidão de apoiadores que aplaudiam e por críticos que vaiavam.

Na primeira edição de 1999, a revista Veja usou esse caso de Ibicaraí para criticar a lentidão da justiça brasileira. “Há duas semanas, o Tribunal Eleitoral da Bahia afinal decidiu que o prefeito de Ibicaraí é José Henrique Moraes de Oliveira, do PFL, e não Astor José Mauro Ribeiro, do PL, que fora empossado. José Henrique tinha ficado em segundo lugar, mas na recontagem teve 4 votos mais do que Astor José. O tribunal demorou dois anos para fazer valer a nova conta de 12.304 votos”, escreveu o colunista Flávio Pinheiro, na Veja.

Esses ânimos acirrados, que não fazem bem à cidade, agora compõem o DNA da política de Ibicaraí e ajudam a explicar a reação quase sempre desproporcional em relação a discussões de problemas antigos ou atuais. As disputas eleitorais, que parecem guerra, descambam quase sempre para as ofensas pessoais. E o jornalismo na cidade fica atado, porque qualquer opinião ou debate acende os brios de todos os lados. Desproporcionalmente.

Faz muito bem para a cidade uma campanha política com bastante envolvimento da população, não somente dos grupos interessados. E faz ainda melhor se a campanha for pautada pela disputa de propostas e discussão de problemas em vez de xingamentos, acusações pessoais e reação imponderada ao noticiário verdadeiro e à crítica legítima.

 
P.S. Que falta faz na política de Ibicaraí hoje a figura de um Raimundo Cordeiro, prefeito na década de 70, e sua música de campanha. Era uma marchinha famosa na voz de Dalva de Oliveira, Bandeira Branca. Um pedido de paz era o jingle de Cordeiro.

Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade,
Que me invade eu peço paz.
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Saudade, mal de amor, de amor
Saudade, dor que dói demais
Vem, meu amor
Bandeira branca, eu peço paz.