domingo, 29 de julho de 2012

VERMELHOS E AZUIS


Elys Ferreira

Hoje em Ibicaraí as pessoas estão determinando o seu VOTO pelo símples fato de você usar " azul ou vermelho" - é muito chato isso .
Vou continuar usando minhas roupas na cor que eu quiser; gosto de azul , também de vermelho, mas isso não determinará o meu voto . 
Coisas muito mais preocupantes e importantes estão em jogo: o destino da nossa cidade, e por consequência o nosso, nas mãos de quem estará nos próximos 4 anos.
A cor é o que menos importa nesse momento. Vamos votar com consciência, pois temos nas mãos uma arma poderosíssima : o "VOTO" . 
Vamos exercer esse direito de cidadão com responsabilidade.
E se o meu voto será "AZUL OU VERMELHO," só a urna saberá.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

TODO MUNDO VENDE O VOTO, PORÉM, SÓ O SEU É O MAIS BARATO


Sérgio Gama

Em toda eleição o discurso é o mesmo: não venda seu voto, eleitor.
Algumas campanhas até exemplificam, através de cálculo, que vender o
voto por cinquenta reais, por exemplo, é uma mixaria, pois quando você divide esse valor por quatro anos, que é o tempo de duração do mandato do corruptor, da menos de cinco centavos por dia – de fato, é uma mixaria mesmo!

Os que se voltam contra essa prática alegam ainda que o eleitor
praticante desse ato fica moralmente impossibilitado de protestar
contra as ações políticas daquele que comprou seu voto. Voto vendido,
sob essa ótica, é voto sem consciência ideológica, de cidadão alienado
que não quer o bem da sociedade e que, por dinheiro, ajudará qualquer
maroto a chegar ao poder.

Balela pura...

Em primeiro lugar, a democracia, por si só, é o mecanismo que leva
toda sorte de personalidade à chefia da gestão pública – e voto
“consciente” nenhum vai impedir isso.

Em segundo lugar, é preciso que você, eleitor, tenha a consciência de
que perderá o controle sobre o seu candidato no exato momento em que
ele se eleger. A partir daí, quaisquer ações que ele tome não serão
julgadas por você – nem poderá interferir nelas. O máximo que a lei
lhe permitirá é xingá-lo (moderadamente), inventar boatos, desmerecer
os atos dele e por ai vai...

Não é por acaso que nos escândalos de corrupção que vicejam Brasil
afora o político julgado quase sempre se mantém incólume até o final
de seu mandato e se alguma faceta da lei o alcança não foi porque você
a acionou.

Em quarto lugar, a prática de venda de voto é comum entre os
políticos. Partido nenhum se aventura a lançar um candidato sem que
antes tenha feito um acordo com diversos outros partidos - a
famigerada coligação – que é nada mais nada menos do que a reunião
inicial que trata do que cada legenda partidária ganhará caso o
candidato apoiado por eles seja o vencedor do pleito eleitoral – e
creia; ideologia e lisura será o que menos importará nessa reunião.

 A venda do espólio público nessas coligações varia muito. Na esfera
Federal talvez envolva entregar um ou outro ministério a determinado
partido – sempre aquele, claro, que consegue agregar mais votos. Já na
esfera municipal, modestos como são os municípios, a venda/compra não
passa da chefia de uma secretaria, emprego para um parente e coisas do
gênero.

Na esteira dessa prática sobrou você e somente você, humilde e por
vezes necessitado cidadão, que a lei acusará de venal, desonesto e
mandará prender, caso também queira participar da farra e vender o seu
voto - hilariamente apelidado por muitos de “consciência”.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CAMPANHA PELA REDUÇÃO DO SALÁRIO DO VEREADOR IBICARAIENSE – OU POR UMA MENOR BURRICE DO ELEITOR



Em alguns países, Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades de pequeno porte não remuneram seus vereadores. Em muitas delas, sequer existe essa figura política. Por lá, a competência para fiscalizar e propor leis é transferida para os próprios cidadãos, que se reúnem frequentemente em assembléias ordinárias para – junto com o prefeito – discutir e tentar soluções para os problemas da comunidade. Nessas reuniões é bastante comum a convocação de autoridades (polícia, promotoria, membros de ordens religiosas) que se sabatinizam nos diversos problemas que precisam de solução por parte dos gestores públicos – e tudo isso sem se pagar um tostão aos participantes.

O Brasil, país onde todo eleitor é tachado de burro, vai na contra mão disso. Veja o exemplo de Ibicaraí...

Em 2010, de acordo com o relatório do TCM, a Câmara de vereadores local recebeu mais de um milhão de reais para seus gastos anuais. Repito: mais de UM milhão de reais de orçamento. Gastou mais da metade desse montante com folha de pagamento (precisamente: quinhentos e seis mil e sessenta e quatro reais e noventa e sete centavos). Pagou diária aos vereadores no absurdo valor de R$ 33.780,00  (trinta  e  três  mil  setecentos  e  oitenta  reais) – além de seus salários, que chega hoje ao valor de  R$ 3.504,69 (três mil quinhentos e quatro reais e sessenta e nove centavos) por 04 dias de trabalho no mês - em um ano chega se ao  montante anual de R$157.711,05 (cento e cinquenta e sete mil setecentos e onze reais e cinco centavos) – por 48 dias de trabalho – é muito dinheiro inútil correndo solto.

O alto valor que se paga a um vereador ibicaraiense não se justifica – ainda mais se levarmos em conta que em cidades pequenas como a nossa sua única função acaba sendo discutir melifluidades na Câmara; ouvir reclamações da comunidade, transformar alguém em cidadão local ou destilar a verborragia do “vossa excelência” –  aliás, é por demais engraçado ir ao Legislativo e ver os vereadores se tratando nesses termos.

Os reais problemas, aqueles que realmente incomodam e angustiam, são citados sem nenhuma contundência e sequer chegam aos ouvidos do gestor, nem se faz pressão para que ele os solucione.

Por essas e outras é que é inútil pagarmos tanto por tão pouco...

Você, eleitor consciente, que quer enxugar os gastos públicos desnecessários e ajudar a melhorar os representantes do povo no Legislativo, faça o seguinte; só aceite votar naquele candidato a vereador que lhe entregar um documento assinado contendo um Plano de Redução dos Gastos da Câmara e dos Vencimentos dos Vereadores – um salário mínimo mais uma pequena ajuda de custo seria o ideal.

Não se esqueça de observar se nesse plano estará contido o compromisso desse candidato em comparecer periodicamente a sua comunidade para discutir junto com ela seus principais problemas.

Obviamente, tal documento não terá validade jurídica nenhuma. Porém, vai servir a três propósitos: saber se o teu candidato é realmente honesto e compromissado - com o que prega e com a cidade; reduzir os gastos públicos (pense nos benefícios para o município que essa redução salarial representará) e mais importante; deixar você com a alegre sensação pessoal de que realmente está se tornando menos burro politicamente.



quinta-feira, 5 de julho de 2012

CHEGA DE GUERRA NA POLÍTICA DE IBICARAÍ


Por José Nilton Calazans

A política em Ibicaraí cabe direitinho no modo de fazer política no interior do Brasil, mas com algumas variáveis muito particulares. E a maior parte dessas particularidades surgiu na campanha eleitoral de 1992, quando os candidatos mais populares eram Baby Oliveira e Lauro Assunção.

Foi uma campanha muito concorrida, disputada no corpo a corpo. O grupo de Baby era o mais apaixonado, na época com o apoio de Tucano. Os partidários de Lauro, também bastante esforçados, pareciam reagir mais às ações do grupo adversário do que seguir a calma, a elegância e a educação características de seu candidato.

A eleição daquele ano foi tão polêmica e disputada que dividiu a cidade. Houve até guerra de trios elétricos. Esse fogo nos corações e almas de 1992 impôs consequências para a administração de Lauro, que foi o vencedor, e para as eleições seguintes. Os reflexos daquela campanha estão aí até hoje e ajudam a explicar o clima de Fla-Flu que se renova a cada eleição.

A cidade dividida em torno de dois candidatos não era novidade em 1992. Na eleição anterior, por exemplo, Landulfo Alves e Lula Sampaio também agitaram o município. O comício de Landulfo na praça da Igreja e o de Lula na praça Henrique Sampaio foram absolutamente marcantes. Mas havia bem menos guerra, bem menos antagonismo em 1988.

O envolvimento político da população faz bem para o município, porque traz a fiscalização do poder para o dia a dia do cidadão. Mas por aqui o exagero foi traduzido em cegueira, porque se defende com paixão os erros do seu candidato e ataca-se com ardor os acertos do candidato adversário, o que impede a síntese e a compreensão.

A administração de Lauro não foi ruim, muito pelo contrário, estava amparada por configurações políticas favoráveis, como explicou o advogado Valdivan Barros dos Santos. Mas enfrentou dificuldades e pressão, certamente por causa do clima político difícil originado na campanha. Além disso, era uma época em que a economia do país igualmente não ajudava em nada, como o próprio Lauro também explicou.

Mas a maior dificuldade da administração de Lauro, na minha opinião, surgiu bem depois do mandato, quando foi surpreendido com a acusação de que teria agido de maneira irresponsável no uso de recursos para a reforma de 29 escolas. Mas ele conseguiu reverter o processo, mostrar idoneidade e ter suas explicações aceitas judicialmente em 2005, quase dez anos depois do fim do mandato.

O ano de 1996, o último da administração de Lauro, também ficou marcado pela polêmica na apuração da eleição, em que Henrique Oliveira e Astor Mauro eram os principais candidatos. Eu lembro-me claramente de Yonildo Guedes entrar, às 20 horas, com um boletim na Rádio Jornal de Itabuna anunciando que a luz teria se apagado durante a apuração e que uma confusão foi instalada. Em 1996 desdobravam-se os reflexos do acirramento da campanha de 1992.

Astor foi declarado eleito mas Henrique Oliveira, diante do episódio ocorrido na contagem, recorreu. Então o município viveu uma cansativa guerra, tanto nos tribunais quanto nas ruas da cidade. Quantas vezes vi cada um dos dois saindo às ruas e serem seguidos por uma pequena multidão de apoiadores que aplaudiam e por críticos que vaiavam.

Na primeira edição de 1999, a revista Veja usou esse caso de Ibicaraí para criticar a lentidão da justiça brasileira. “Há duas semanas, o Tribunal Eleitoral da Bahia afinal decidiu que o prefeito de Ibicaraí é José Henrique Moraes de Oliveira, do PFL, e não Astor José Mauro Ribeiro, do PL, que fora empossado. José Henrique tinha ficado em segundo lugar, mas na recontagem teve 4 votos mais do que Astor José. O tribunal demorou dois anos para fazer valer a nova conta de 12.304 votos”, escreveu o colunista Flávio Pinheiro, na Veja.

Esses ânimos acirrados, que não fazem bem à cidade, agora compõem o DNA da política de Ibicaraí e ajudam a explicar a reação quase sempre desproporcional em relação a discussões de problemas antigos ou atuais. As disputas eleitorais, que parecem guerra, descambam quase sempre para as ofensas pessoais. E o jornalismo na cidade fica atado, porque qualquer opinião ou debate acende os brios de todos os lados. Desproporcionalmente.

Faz muito bem para a cidade uma campanha política com bastante envolvimento da população, não somente dos grupos interessados. E faz ainda melhor se a campanha for pautada pela disputa de propostas e discussão de problemas em vez de xingamentos, acusações pessoais e reação imponderada ao noticiário verdadeiro e à crítica legítima.

 
P.S. Que falta faz na política de Ibicaraí hoje a figura de um Raimundo Cordeiro, prefeito na década de 70, e sua música de campanha. Era uma marchinha famosa na voz de Dalva de Oliveira, Bandeira Branca. Um pedido de paz era o jingle de Cordeiro.

Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade,
Que me invade eu peço paz.
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Saudade, mal de amor, de amor
Saudade, dor que dói demais
Vem, meu amor
Bandeira branca, eu peço paz.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

OS ACERTOS NA ADMINISTRAÇÃO LAURO ASSUNÇÃO


 Por Valdivan Barros dos Santos


Qualquer relato histórico deixa lacunas que talvez nunca sejam explicadas. Por isso, seria interessante que todos os que estão comentando sobre a administração de Lauro Assunção tivessem participado dela, como eu.

Para conhecimento de todos, é necessário deixar claro que, a eleição de Lauro Assunção ocorreu num momento muito bom políticamente, tendo o município a oportunidade do apoio do Governador do Estado; de ter um Presidente da República aliado ao Prefeito; de ter Ministros de Estado diversos aliados ao Prefeito - sem falar nos Deputados Federais, Estaduais e Senadores.

O quadro era amplamente favorável à cidade de Ibicaraí, e, diante desse quadro, o ex-Prefeito Lauro Assunção formulou a sua plataforma de trabalho que para muitos era visionária, mas não para quem tinha tanto apoio político, como os citados acima.

Por isso mesmo, na sua réplica, o ex-Prefeito Lauro Assunção afirma que fez um bom trabalho nos dois primeiros anos da sua gestão. Isso é verdade, e as obras não são visíveis porque foi um trabalho social de grande profundidade, que jamais será esquecido. Tenho a forte impressão de que os comentários a respeito da gestão de Lauro ocorre exatamente por esse trabalho social  que deixou marcas indeléveis na memória popular.

Qualquer administração comete erros, mas acho necessário neste momento comentar os acertos de Lauro Assunção - principalmente quando, na sua gestão, foi criada a Secretaria de Desenvolvimento Social e dentro dessa secretaria, um Departamento que tinha a tarefa de cuidar dos idosos de Ibicaraí.

Nunca, em tempo algum, os idosos de Ibicaraí foram tão bem tratados. Tinha uma equipe preparada especialmente para atender aqueles que, depois de tanto trabalhar, necessitavam de assistência médica, jurídica; remédios de uso contínuo e de um tratamento digno, pois já tinham dado a sua contribuição para a sociedade e precisavam usufruir da dignidade de cidadãos brasileiros e Ibicaraienses.

O idosos de Ibicaraí tinham tratamento VIP e o povo da nossa cidade não esquece disso!

Existem outros motivos porque o povo de Ibicaraí não esquece o ex-Prefeito Lauro Assunção, mas falaremos desses em um outro momento!


domingo, 1 de julho de 2012

A RÉPLICA DE LAURO ASSUNÇÃO

Lauro Andrade Assunção

Fica verdadeiramente impossível responder a todas as distorções, exageros e, muitas vezes, xingamentos que, vez por outra, são arremessados em minha direção. Todavia, diante do texto acima (A presa de Lauro - N. do E.) devo lembrar que fiz a administração que me foi possível fazer à época, com todos os acertos e desacertos próprios de um ser humano. Tenho consciência de que não agradei a todos, bem como já pedi desculpas pelos eventuais desacertos daquela jornada, ainda que me reste a consciência de que fiz em Ibicaraí algumas realizações positivas para os públicos a que foram destinadas.
Ao deixar Ibicaraí, em 1968, aos 18 anos de idade, para tentar a vida em Salvador, sem grandes estudos e depois uma infância e de uma adolescência de muitas dificuldades materiais e pessoais, sempre alimentei o sonho de voltar um dia e ser prefeito de minha querida cidade (município). Ninguém em meu lugar, depois de muito esforço para adquirir as condições objetivas, viria para esse desiderato com a intenção de falhar com os seus conterrâneos. Comigo não foi diferente. Infelizmente, após dois anos de absoluto sucesso na Administração, com obras e ações que enchiam os olhos das pessoas, veio a implantação do Plano Real, que, apesar de seus inúmeros benefícios, impôs muitas dificuldades às prefeituras de um modo geral, quebrando-as na época em seus fluxos financeiros. Após esse advento, enfrentei os dois últimos anos de muitas dificuldades, inclusive abandonando a obra que realizava no Bairro Duque de Caxias, a qual agora tomo conhecimento de que ficou batizada como a “Presa do Lauro”, num claro intuito pejorativo. 
Tenho consciência de que tentei acertar. E é com essa convicção que me permito dizer, com muito orgulho, que, durante os quatro anos em que estive à frente da Prefeitura de Ibicaraí, nunca tive uma conta desaprovada (inclusive o convênio acima referido). Aliás, foi com essa seriedade que me impus como administrador público e privado nos cargos que ocupei, não só o de prefeito de Ibicaraí, como de igual modo na condição de gerente do Banco do Estado do Rio de Janeiro, diretor do Baneb – Banco do Estado da Bahia, secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, reitor da Universidade Virtual do Maranhão, secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Estado Maranhão, para citar apenas órgãos e instituições estatais.
Com essas singelas explicações, agradeço a acolhida que sempre me dispensam os amigos que aí cultivei.
Quanto ao convênio trazido à baila pelo ilustre Sr José Nilton Calazans (  leia o texto abaixo. N. do E.) pediria a ele que fosse fundo na análise do processo e trouxesse a público as provas e argumento contra e a favor da aprovação, que, ao final, aconteceu. Apesar de não desconhecer a seriedade do jornalista Calazans – de quem sou leitor assíduo – os fatos narrados em tão pequeno resumo deixaram a impressão de improbidade, o que absolutamente não foi caso. Como sei que ele é uma pessoa que muito pugna a justiça, vou lhe encaminhar uma cópia do processo.



Texto de José Nilton Calazans, citado acima

A maior complicação de Lauro foi quando ele recebeu 75 mil reais em 1996 para reformar escolas municipais. Sua administração induziu o governo federal a depositar o dinheiro numa conta bancária errada: em vez de cair na conta da educação o dinheiro foi parar numa conta da saúde. No mesmo dia do depósito, às vésperas do Natal de 1996, o dinheiro foi sacado de uma vez só, quando deveria ser retirado segundo o cronograma das obras, que ainda seriam feitas. Dois anos depois, uma auditoria do Tribunal de Contas examinou fotografias das escolas e concluiu que as obras não tinham sido feitas. 
Pior: as escolas estavam degradadas.

Em sua defesa, Lauro alegou que havia perseguição política tanto de vereadores de oposição quanto de Henrique Oliveira, que seria prefeito em um mandato seguinte. E recorreu no processo, mostrando que as obras foram de fato feitas e que as fotografias, por serem antigas, não provavam a não execução das obras.