Flávio Campos
Economista pela UESC
Parei para reassistir o
filme “INVÍCTUS” estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, um ótimo filme, que
vale muito a pena assistir. O filme traz a historia do saudoso estadista Nelson
Mandela, já eleito, após passar 27 anos preso na Ilha Robben, onde ocupava uma cela com dimensões
reduzidas de 2,5 por 2,1 metros e uma pequena janela de 30 cm.
A forma de governar de Mandela foi uma das mais peculiares da historia e essa
foi uma das suas marcas. Quando todos imaginavam que ele iniciaria um governo de vingança e
perseguição contra seus algozes, ele, ao contrário, buscou um governo de
conciliação, de unificação de um país que se encontrava totalmente desmoralizado
enquanto nação - sendo o apartheid, regime legal segregacionista aprovado pelo
governo em 1949 a marca registrada desse período
Um fato interessante narrado no
filme citado acima é o primeiro dia de Mandela na presidencia; quando ele entra
no palácio administrativo rumo ao seu gabinete e observa a maior parte das
pessoas arrumando suas coisas em caixas para esvaziar as salas, acreditando que
não fariam parte daquele governo pois agora aqueles que foram durante anos
perseguidos encontravam-se no poder. Mandela, por sua vez, pede para sua
assistente reunir todos que ainda se encontravam ali para uma reunião após o que passa a falar da liberdade de deixarem o governo, para
aqueles que quiserem partir, e de sua vontade
que todos permanecessem, pois juntos
seria possível construir uma nova Africa do Sul.
Tracando um paralelo com os nossos dias, é
difícil acreditarmos em atitudes como esta: ser perseguido por esse ou aquele
motivo e ainda assim, ao se chegar ao poder, promover um governo do povo para o
povo, buscando reconciliar oprimidos e opressores.
Anseio em ver de nossos governantes atitudes como a de Mandela, que vão
alem dos grupos políticos, que vão alem do individualismo, onde a prioridade
seje a coletividade social e não dos pequenos grupos que se revesam no poder.
Mandela, em seu discurso de posse,
expressa sua preocupação não só em chegar ao poder, mas como agir uma vez
estando lá. Essa prerrogativa se ausenta da mente de muitos líderes de hoje.
É perceptível em muitos políticos o
desejo de querer “tomar conta” da coisa pública apenas porque vislumbram ali um
rio transbordando de oportunidades pessoais – e nunca como um meio de promover
verdadeiras mudancas sociais. Acredito que a mudança começa agora. A hora de
dar o “primeiro” passo chegou, e esse passo é dado por uma sociedade
consciente, ciosa de suas responsabilidades e que, por isso, faz o verdadeiro governo
“do povo para o povo.
Um comentário:
Um passo importante, meu brother, você acabou de dar ao discorrer sobre o(s) modelo(s) de administração que figura(m) na nossa região.Em um lugar aonde o individuo não tem liberdade de se manifestar politicamente,com receio de ser perseguido,não é um ambiente democrático,é,sim, uma forma fascista de administração.
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