quarta-feira, 2 de maio de 2012

UM NOVO GOVERNO


Flávio Campos

Economista pela UESC

Parei para reassistir o filme “INVÍCTUS” estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, um ótimo filme, que vale muito a pena assistir. O filme traz a historia do saudoso estadista Nelson Mandela,  já eleito,  após passar 27 anos preso na Ilha Robben, onde ocupava uma cela com dimensões reduzidas de 2,5 por 2,1 metros e uma pequena janela de 30 cm.
A forma de governar de Mandela foi uma das mais peculiares da historia e essa foi uma das suas marcas. Quando todos imaginavam  que ele iniciaria um governo de vingança e perseguição contra seus algozes, ele, ao contrário, buscou um governo de conciliação, de unificação de um país que se encontrava totalmente desmoralizado enquanto nação - sendo o apartheid, regime legal segregacionista aprovado pelo governo em 1949 a marca registrada desse período
 Um fato interessante narrado no filme citado acima é o primeiro dia de Mandela na presidencia; quando ele entra no palácio administrativo rumo ao seu gabinete e observa a maior parte das pessoas arrumando suas coisas em caixas para esvaziar as salas, acreditando que não fariam parte daquele governo pois agora aqueles que foram durante anos perseguidos encontravam-se no poder. Mandela, por sua vez, pede para sua assistente reunir todos que ainda se encontravam  ali para uma reunião após o que passa a  falar  da liberdade de deixarem o governo, para aqueles que quiserem partir,  e de sua vontade que todos permanecessem,  pois juntos seria possível construir uma nova Africa do Sul.
Tracando um paralelo com os nossos dias, é  difícil acreditarmos em atitudes como esta: ser perseguido por esse ou aquele motivo e ainda assim, ao se chegar ao poder, promover um governo do povo para o povo, buscando reconciliar oprimidos e opressores.
Anseio em ver de nossos governantes atitudes como a de Mandela, que vão alem dos grupos políticos, que vão alem do individualismo, onde a prioridade seje a coletividade social e não dos pequenos grupos que se revesam no poder.
 Mandela, em seu discurso de posse, expressa sua preocupação não só em chegar ao poder, mas como agir uma vez estando lá. Essa prerrogativa se ausenta da mente de muitos líderes de hoje.
É perceptível em muitos políticos o desejo de querer “tomar conta” da coisa pública apenas porque vislumbram ali um rio transbordando de oportunidades pessoais – e nunca como um meio de promover verdadeiras mudancas sociais. Acredito que a mudança começa agora. A hora de dar o “primeiro” passo chegou, e esse passo é dado por uma sociedade consciente, ciosa de suas responsabilidades e que, por isso, faz o verdadeiro governo “do povo para o povo.

Um comentário:

J Emílio Junior disse...

Um passo importante, meu brother, você acabou de dar ao discorrer sobre o(s) modelo(s) de administração que figura(m) na nossa região.Em um lugar aonde o individuo não tem liberdade de se manifestar politicamente,com receio de ser perseguido,não é um ambiente democrático,é,sim, uma forma fascista de administração.