segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ROCK AND ROLL, HEAVY METAL, HARD ROCK – EM IBICARAÍ, MORRERAM TODOS


 Sérgio Gama

Os estilos musicais delineados acima eram os mais ouvidos pelos jovens da velha Ibicaraí da década de oitenta. Até mesmo nas festas de Micaretas da cidade era comum ouvirmos um pouco de rock and roll em cima dos trios (Luis Caldas, sempre que vem aqui, ainda faz isso).

No lastro desses estilos, surgiram na cidade uma meia dúzia de bandas que mantinham o rock vivo para além de dentro das casas - CDM (Corrói, Destrói, Mata), Cárcere Privado, Teatro de Guerra, são algumas das bandas que teimavam em surgir nessa época.

Em todas essas bandas estavam presentes, claro, os acentuados solos de guitarras e letras que tentavam ser, quando não cover, um tanto quanto nervosas em suas concepções.

A cidade inteira comprou essa ideia. De tal forma que, na região, Ibicaraí já foi considerada a cidade do Rock, chegando a promover festivais com essa temática. Quem não se lembra dos famigerados Rock Burguer – tidos como os responsáveis (e é verdade) pela destruição do nosso Ginásio de Esportes – infelizmente gente mal educada existe em todos os seguimentos.


No inicio da década de noventa, o estilo Sertanejo foi reavivado e o Rock in Roll ibicaraiense entrou em declínio, perdendo espaço para essa vertente musical. Até mesmo o Estylo 7, uma banda de grande sucesso na cidade, que tocava um “axé  progressista” (perdoem o termo), com longos solos de guitarras (quem aí se lembra de Neto, excelente guitarrista da banda?), sucumbiu diante dos sertanejos e a cidade viu surgir seu maior sucesso dentro desse estilo; a dupla Raimundo e Ribeiro (faziam tantos shows que inventaram até um slogan para eles: “não tem paradeiro, é Raimundo e Ribeiro”).

Do meu ponto de vista o rock é uma vertente musical que exige mais de seus praticantes. Seja nos arranjos musicais, seja nas letras, ele pede um pouco mais de atenção e cuidado por parte de quem o elabora e talvez por isso, entre as novas bandas que surgem na cidade, tenha perdido total espaço e preferência para um novo estilo; o Arrocha - que quase sempre valoriza o (onipresente e onisciente) teclado e arranjos simplórios de guitarras, coadunados em letras de cunho sexualmente apelativo, porém, muito dançante (e quem consegue ficar parado quando começam a tocar um Arrocha?).

 Dessa forma, você ibicaraiense que tem vocação e pretensões artísticas, siga a onda do momento e monte sua banda de Arrocha. Esqueçamos o rock and roll – que ele descanse em paz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nostalgia pura!! Especialmente quando se fala em Raimundo e Ribeiro. Oh tempo bom!!!!
Lembro também de Velho Jhon , hoje chamado de Jhon Marrone, (eu preferia Velho Jhon), quando tocava aqueles rock e animava até as turmas de contabilidade do Colégio Ana Neryd , apenas por prazer.
Tempos que não voltam mais

A ágora ibicaraiense disse...

Verdade, esqueci do Velho Jhon