Os estilos musicais delineados acima eram os mais ouvidos pelos
jovens da velha Ibicaraí da década de oitenta. Até mesmo nas festas de
Micaretas da cidade era comum ouvirmos um pouco de rock and roll em cima dos
trios (Luis Caldas, sempre que vem aqui, ainda faz isso).
No lastro desses estilos, surgiram na cidade uma meia dúzia de
bandas que mantinham o rock vivo para além de dentro das casas - CDM (Corrói, Destrói,
Mata), Cárcere Privado, Teatro de Guerra, são algumas das bandas que teimavam
em surgir nessa época.
Em todas essas bandas estavam presentes, claro, os
acentuados solos de guitarras e letras que tentavam ser, quando não cover, um
tanto quanto nervosas em suas concepções.
A cidade inteira comprou essa ideia. De tal forma que, na
região, Ibicaraí já foi considerada a cidade do Rock, chegando a promover
festivais com essa temática. Quem não se lembra dos famigerados Rock Burguer –
tidos como os responsáveis (e é verdade) pela destruição do nosso Ginásio de
Esportes – infelizmente gente mal educada existe em todos os seguimentos.
No inicio da década de noventa, o estilo Sertanejo foi
reavivado e o Rock in Roll ibicaraiense entrou em declínio, perdendo espaço
para essa vertente musical. Até mesmo o Estylo 7, uma banda de grande sucesso na
cidade, que tocava um “axé progressista”
(perdoem o termo), com longos solos de guitarras (quem aí se lembra de Neto,
excelente guitarrista da banda?), sucumbiu diante dos sertanejos e a cidade viu
surgir seu maior sucesso dentro desse estilo; a dupla Raimundo e Ribeiro (faziam
tantos shows que inventaram até um slogan para eles: “não tem paradeiro, é
Raimundo e Ribeiro”).
Do meu ponto de vista o rock é uma vertente musical que exige
mais de seus praticantes. Seja nos arranjos musicais, seja nas letras, ele pede
um pouco mais de atenção e cuidado por parte de quem o elabora e talvez por
isso, entre as novas bandas que surgem na cidade, tenha perdido total espaço e preferência
para um novo estilo; o Arrocha - que quase sempre valoriza o (onipresente e
onisciente) teclado e arranjos simplórios de guitarras, coadunados em letras de
cunho sexualmente apelativo, porém, muito dançante (e quem consegue ficar
parado quando começam a tocar um Arrocha?).
Dessa forma, você ibicaraiense
que tem vocação e pretensões artísticas, siga a onda do momento e monte sua
banda de Arrocha. Esqueçamos o rock and roll – que ele descanse em paz.
2 comentários:
Nostalgia pura!! Especialmente quando se fala em Raimundo e Ribeiro. Oh tempo bom!!!!
Lembro também de Velho Jhon , hoje chamado de Jhon Marrone, (eu preferia Velho Jhon), quando tocava aqueles rock e animava até as turmas de contabilidade do Colégio Ana Neryd , apenas por prazer.
Tempos que não voltam mais
Verdade, esqueci do Velho Jhon
Postar um comentário