segunda-feira, 23 de julho de 2012

CAMPANHA PELA REDUÇÃO DO SALÁRIO DO VEREADOR IBICARAIENSE – OU POR UMA MENOR BURRICE DO ELEITOR



Em alguns países, Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades de pequeno porte não remuneram seus vereadores. Em muitas delas, sequer existe essa figura política. Por lá, a competência para fiscalizar e propor leis é transferida para os próprios cidadãos, que se reúnem frequentemente em assembléias ordinárias para – junto com o prefeito – discutir e tentar soluções para os problemas da comunidade. Nessas reuniões é bastante comum a convocação de autoridades (polícia, promotoria, membros de ordens religiosas) que se sabatinizam nos diversos problemas que precisam de solução por parte dos gestores públicos – e tudo isso sem se pagar um tostão aos participantes.

O Brasil, país onde todo eleitor é tachado de burro, vai na contra mão disso. Veja o exemplo de Ibicaraí...

Em 2010, de acordo com o relatório do TCM, a Câmara de vereadores local recebeu mais de um milhão de reais para seus gastos anuais. Repito: mais de UM milhão de reais de orçamento. Gastou mais da metade desse montante com folha de pagamento (precisamente: quinhentos e seis mil e sessenta e quatro reais e noventa e sete centavos). Pagou diária aos vereadores no absurdo valor de R$ 33.780,00  (trinta  e  três  mil  setecentos  e  oitenta  reais) – além de seus salários, que chega hoje ao valor de  R$ 3.504,69 (três mil quinhentos e quatro reais e sessenta e nove centavos) por 04 dias de trabalho no mês - em um ano chega se ao  montante anual de R$157.711,05 (cento e cinquenta e sete mil setecentos e onze reais e cinco centavos) – por 48 dias de trabalho – é muito dinheiro inútil correndo solto.

O alto valor que se paga a um vereador ibicaraiense não se justifica – ainda mais se levarmos em conta que em cidades pequenas como a nossa sua única função acaba sendo discutir melifluidades na Câmara; ouvir reclamações da comunidade, transformar alguém em cidadão local ou destilar a verborragia do “vossa excelência” –  aliás, é por demais engraçado ir ao Legislativo e ver os vereadores se tratando nesses termos.

Os reais problemas, aqueles que realmente incomodam e angustiam, são citados sem nenhuma contundência e sequer chegam aos ouvidos do gestor, nem se faz pressão para que ele os solucione.

Por essas e outras é que é inútil pagarmos tanto por tão pouco...

Você, eleitor consciente, que quer enxugar os gastos públicos desnecessários e ajudar a melhorar os representantes do povo no Legislativo, faça o seguinte; só aceite votar naquele candidato a vereador que lhe entregar um documento assinado contendo um Plano de Redução dos Gastos da Câmara e dos Vencimentos dos Vereadores – um salário mínimo mais uma pequena ajuda de custo seria o ideal.

Não se esqueça de observar se nesse plano estará contido o compromisso desse candidato em comparecer periodicamente a sua comunidade para discutir junto com ela seus principais problemas.

Obviamente, tal documento não terá validade jurídica nenhuma. Porém, vai servir a três propósitos: saber se o teu candidato é realmente honesto e compromissado - com o que prega e com a cidade; reduzir os gastos públicos (pense nos benefícios para o município que essa redução salarial representará) e mais importante; deixar você com a alegre sensação pessoal de que realmente está se tornando menos burro politicamente.



2 comentários:

clelia disse...

Concordo com a aplicabilidade da lei a que se refere o primeiro parágrafo desse texto.
As Leis Eleitorais do nosso país devem ser reformuladas com urgência, porém aplicadas com êxito para não ficar nesse "chove e não molha". O cidadão candidato , pelo menos deveria ter frequentado uma universidade ou faculdade ocncluindo o 3º grau ou participar de cursos nas áreas adminsitrativas , políticas, sociais e econômicas.
O cidadão pelo menos deveria ter conhecimentos das séries inicias - pré-requisito do alfabetizado acadêmico.

A ágora ibicaraiense disse...

Há quem defenda que um curso na área de gestão pública deveria ser obrigatório para esse pessoal - além da redução do salário