domingo, 1 de julho de 2012

A RÉPLICA DE LAURO ASSUNÇÃO

Lauro Andrade Assunção

Fica verdadeiramente impossível responder a todas as distorções, exageros e, muitas vezes, xingamentos que, vez por outra, são arremessados em minha direção. Todavia, diante do texto acima (A presa de Lauro - N. do E.) devo lembrar que fiz a administração que me foi possível fazer à época, com todos os acertos e desacertos próprios de um ser humano. Tenho consciência de que não agradei a todos, bem como já pedi desculpas pelos eventuais desacertos daquela jornada, ainda que me reste a consciência de que fiz em Ibicaraí algumas realizações positivas para os públicos a que foram destinadas.
Ao deixar Ibicaraí, em 1968, aos 18 anos de idade, para tentar a vida em Salvador, sem grandes estudos e depois uma infância e de uma adolescência de muitas dificuldades materiais e pessoais, sempre alimentei o sonho de voltar um dia e ser prefeito de minha querida cidade (município). Ninguém em meu lugar, depois de muito esforço para adquirir as condições objetivas, viria para esse desiderato com a intenção de falhar com os seus conterrâneos. Comigo não foi diferente. Infelizmente, após dois anos de absoluto sucesso na Administração, com obras e ações que enchiam os olhos das pessoas, veio a implantação do Plano Real, que, apesar de seus inúmeros benefícios, impôs muitas dificuldades às prefeituras de um modo geral, quebrando-as na época em seus fluxos financeiros. Após esse advento, enfrentei os dois últimos anos de muitas dificuldades, inclusive abandonando a obra que realizava no Bairro Duque de Caxias, a qual agora tomo conhecimento de que ficou batizada como a “Presa do Lauro”, num claro intuito pejorativo. 
Tenho consciência de que tentei acertar. E é com essa convicção que me permito dizer, com muito orgulho, que, durante os quatro anos em que estive à frente da Prefeitura de Ibicaraí, nunca tive uma conta desaprovada (inclusive o convênio acima referido). Aliás, foi com essa seriedade que me impus como administrador público e privado nos cargos que ocupei, não só o de prefeito de Ibicaraí, como de igual modo na condição de gerente do Banco do Estado do Rio de Janeiro, diretor do Baneb – Banco do Estado da Bahia, secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, reitor da Universidade Virtual do Maranhão, secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Estado Maranhão, para citar apenas órgãos e instituições estatais.
Com essas singelas explicações, agradeço a acolhida que sempre me dispensam os amigos que aí cultivei.
Quanto ao convênio trazido à baila pelo ilustre Sr José Nilton Calazans (  leia o texto abaixo. N. do E.) pediria a ele que fosse fundo na análise do processo e trouxesse a público as provas e argumento contra e a favor da aprovação, que, ao final, aconteceu. Apesar de não desconhecer a seriedade do jornalista Calazans – de quem sou leitor assíduo – os fatos narrados em tão pequeno resumo deixaram a impressão de improbidade, o que absolutamente não foi caso. Como sei que ele é uma pessoa que muito pugna a justiça, vou lhe encaminhar uma cópia do processo.



Texto de José Nilton Calazans, citado acima

A maior complicação de Lauro foi quando ele recebeu 75 mil reais em 1996 para reformar escolas municipais. Sua administração induziu o governo federal a depositar o dinheiro numa conta bancária errada: em vez de cair na conta da educação o dinheiro foi parar numa conta da saúde. No mesmo dia do depósito, às vésperas do Natal de 1996, o dinheiro foi sacado de uma vez só, quando deveria ser retirado segundo o cronograma das obras, que ainda seriam feitas. Dois anos depois, uma auditoria do Tribunal de Contas examinou fotografias das escolas e concluiu que as obras não tinham sido feitas. 
Pior: as escolas estavam degradadas.

Em sua defesa, Lauro alegou que havia perseguição política tanto de vereadores de oposição quanto de Henrique Oliveira, que seria prefeito em um mandato seguinte. E recorreu no processo, mostrando que as obras foram de fato feitas e que as fotografias, por serem antigas, não provavam a não execução das obras.




4 comentários:

José Calazans disse...

Agradeço a Lauro Assunção pelo interesse por nosso trabalho. Sobre o texto acima, lamento que não tenha sido corretamente interpretado. O texto começa dizendo que as acusações eram sérias e termina concluindo que o ex-prefeito conseguiu mostrar no processo que as provas não conseguiam apontar as irregularidades mencionadas. No dia primeiro de novembro de 2005, o Tribunal de Contas da União acatou os argumentos de Lauro, inocentando-o, o que deve ser ressaltado. Quanto ao processo, eu o li integralmente, assim como já li todos os processos que envolvem os homens públicos ibicaraienses. Quem tiver curiosidade para conhecer detalhes do processo, pode seguir este link

José Calazans disse...

Pode seguir este link, para conhecer as acusações, a defesa e a conclusão favorável a Lauro, a partir da página 66 http://www.ticontrole.gov.br/portal/pls/portal/docs/2046748.PDF

José Calazans disse...

Da página 58 a 66 http://www.ticontrole.gov.br/portal/pls/portal/docs/2046748.PDF

José Calazans disse...

E aproveitamos para agradecer a Lauro pela transparência, acompanhada de sua característica boa educação, e informar que estamos interessados sim em divulgar mais detalhes não só sobre esse caso mas sobre sua administração de modo geral. O espaço, como não poderia deixar de ser, está garantido. Aguardamos o contato.